15/01/2014
Mas não há canetas nesta casa?
E agora acabou a tinta da caneta,
As papelarias estão todas inatingíveis
devido ao vendaval;
Sente-se um terrível temporal,
Onde o tempo quer escrever
cada gota a cair;
Cada soprar a viver;
Cada espreitar do sol a rir.
.
O tempo quer,
Tinta na caneta;
Diz-me como o tempo vai rimar?
Não há tinta, o tempo sabe e sopra a maçaneta.
Mas há pó nos móveis,
Onde o tempo pode lembrar cada rima do seu amar.
.
Neste caso o tempo agradece ao pó,
O desmazelo que teve,
Se não fosse assim até metia dó,
Porque o tempo é esquecido e só sabe voar;
Mas mesmo assim o tempo é criativo e leve.
.
O tempo quer
uma Musa;
Tinta na caneta;
E um elementar caderno;
Para soprar uma ideia confusa
neste mundo moderno.
.
Só não escreve quem não quer,
Até o imaginar redige no ar,
E o esquecer compõe no soprar,
Só não rabisca quem não quer,
Depois do temporal vou gravar na areia este poema,
para o mar abraça-lo e leva-lo com ele.
.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
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