Ninguém desenha a paisagem?
Um pingo clarão, caiu ao chão,
Mas mais pingo ou menos pingo
não irá converter minha canção,
Nem vai deixar de ser domingo
porque caiu mais pingo no chão,
Por mim que chova de emoção,
Caia o pinguinho ou rude pingão,
Só se vão aliar as gotas do chão.
Só quero assim. Deixa que chova!
Que eu quero ouvir a trovoada
e o raiar da altura bem irritada,
Os raios como o polir em prova
e zonzos estrondos como sinal,
Sinal divino intensamente especial.
Tempo ou sejas lá quem fores!
Mostra-me a luz no meu abrigo
Ou dá-me a mão e vem comigo
Vem espiar a lua e semear flores;
Na quarta-feira a vigília é cheia.
Que chova para sorrirem flores.
Não consigo compreender, o louro,
As razões que levam a não gostarem
de chuva, se as gotas são de ouro!
Vamos guardar as gotas que caem?
Chove, e quando chove, cai dinheiro,
Dinheiro que ninguém vive sem ele!
E os pingos de água é só chuveiro?
Está a chover e eu sinto-a na pele.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
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